domingo, 14 de março de 2010

Malinche: A Judas mexicana


Em 1519, um navio espanhol aportou em Tabasco, na costa do golfo do México. Seus ocupantes, todos estrangeiros, receberam dos nativos diversos presentes de boas-vindas. Pães, frutas, aves, ouro e pedras semipreciosas foram entregues aos desconhecidos navegantes. Entre os regalos estavam 20 mulheres escravas. Elas deveriam preparar-lhes a comida e, claro, prestar outros favores que tornariam sua vida ali mais agradável. Inclusive sexuais. Entre as escravas, uma virou polêmica. Fluente em maia e asteca, a moça serviu de intérprete para os estrangeiros e os ajudou na comunicação com os índios locais. Chegou a ter um filho com um dos europeus. O mestiço Martín é considerado o primeiro "mexicano" da história. Malinche, seu nome, continua a ser considerada uma traidora, espécie de Judas de sua nação. Seu envolvimento, afinal, foi com Hernán Cortés, o homem que destruiu o Império Asteca e deu início ao extermínio do povo de sua própria amante. Pouco se sabe sobre Malinche, citada apenas duas vezes nas cartas que Hernán Cortés escreveu para o rei espanhol Carlos I. Acredita-se que ao nascer, por volta de 1496, tenha sido chamada de Malinalli, nome de uma erva que, trançada, era usada para fazer roupas, e também de um dos dias do calendário da época, exatamente aquele em que ela nasceu. Era uma índia nahua, uma das diversas etnias que compunham o México pré-colombiano, provavelmente de Xalixco, na divisa entre o Império Asteca e estados maias. Francisco López de Gómara, que escreveu em 1552 Historia de las Indias, conta que a menina era filha de pais ricos, mas que foi seqüestrada ainda criança e vendida para índios de ascendência maia, de Xicalango. Eles a teriam passado para o povo de Tabasco até ela ser dada para os espanhóis. Há outra versão, contada em 1560 pelo conquistador espanhol Bernal Díaz del Castillo, que acompanhou Cortés e escreveu La Historia Verdadera de la Conquista de la Nueva España. Segundo ele, os pais da índia eram caciques em uma cidade chamada Paynala. Após a morte de seu pai, a mãe teria se casado com outro cacique e tido um filho com o novo marido. Para que o bebê tivesse direito à herança, o casal resolveu dar a filha mais velha para os índios de Xicalango. Assim, ela teria aprendido tanto o idioma maia quanto o náuatle, a língua asteca. Habilidades que a tornariam indispensável para Hernán Cortés.

Um comentário:

  1. Boa noite Natalia
    Estou tentando ver os nomes do seu grupo (perfil) e não consegui. Já tentei várias vezes em diversos PCS com Win, Linux, etc.
    Confira se os dados do perfil foram salvos.
    Preciso fechar as notas até sexta-feira.
    Coloque Carlos Alberto e Cia para trabalhar.
    Abraço
    Prof. Bertholdo

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